24 de agosto de 2011

Asma Brônquica


A asma é uma   doença que  determina   crises de falta de ar,  ocorrendo dificuldade na entrada do ar nos pulmões, e principalmente na sua saída. Esta dificuldade é conseqüência de um processo inflamatório crônico das vias aéreas, tendo como conseqüência a liberação de certas substâncias que determinam a contração dos músculos que envolvem os brônquios, estreitando a sua luz e causando a dificuldade na respiração. O estreitamento das vias aéreas (broncoconstrição) é geralmente reversível, porém, em pacientes com asma crônica, a inflamação pode determinar obstrução irreversível ao fluxo aéreo. Embora os conhecimentos sobre muitos aspectos da doença tenham avançado nas últimas duas décadas, as causas fundamentais da asma não são ainda conhecidas.

QUAIS AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ASMA?

São três as principais características:
1 inflamação crônica das vias aéreas; 
2  parcial reversibilidade da obstrução ao fluxo do ar;
3 hiper-responsividade brônquica a uma variedade de estímulos. 

QUAIS OS SINAIS E SINTOMAS DA ASMA?

Tosse principalmente na metade da noite e no início da manhã, aperto no peito (sensação de "peito preso")  e falta de ar (respiração incompleta) com chiado no peito. 

A ASMA TEM CURA?

Não, porém o tratamento atual de que dispomos permite um controle eficiente da doença, com períodos de remissão, permitindo uma vida normal. Em certos pacientes em que a doença manifesta-se antes dos 16 anos de idade a doença pode regredir completamente. 

A ASMA É UMA DOENÇA HEREDITÁRIA?

Não. Existe, entretanto, uma predisposição genética e familial. O risco de desenvolver asma na infância está relacionado à presença da doença nos pais. Se um dos pais sofre de asma, o risco da criança desenvolver asma é de 25%. Se ambos os pais são asmáticos esta taxa pode alcançar 50%. Se nenhum dos dois apresentar asma, o risco cai a 10%. Deve ser ressaltado que o relatado não é uma regra, pois o filho de um pai alérgico não será necessariamente uma criança asmática. O contrário também pode acontecer: a criança pode ser o primeiro asmático da família. 

QUAIS OS PRINCIPAIS FATORES DE RISCO PARA A ASMA?

A exposição a alérgenos, particularmente nos primeiros anos de vida, pode determinar inflamação crônica alérgica nas vias aéreas de indivíduos geneticamente suscetíveis. Outros fatores de risco para o desenvolvimento de resposta inflamatória são: infecções virais na infância, ausência de amamentação com leite materno, exposição ambiental domiciliar à fumaça do cigarro de pais fumantes, poluição atmosférica (ainda sem evidências convincentes) e dietas com baixos teores de antioxidantes (vitaminas C, E) ou ácidos graxos poliinsaturados (ácido linolêico, ou ácidos graxos omega-3). 

O QUE PODE DESENCADEAR A ASMA?

A asma pode ser desencadeada em conseqüência de inalação de poeira doméstica (ácaros), polens, pêlos, substâncias excretadas por animais, irritantes (fumaça de cigarro, poluição ambiental, smog, gás natural, propano), pó de giz, odores fortes, aerossóis químicos, mudanças de temperatura e pressão do ambiente, distúrbios emocionais, hiperventilação (riso, choro, grito), exercício, infecções virais, refluxo gastresofagiano (refluxo ácido anormal do estômago para o esôfago) , uso de beta-bloqueadores por via sistêmica ou tópica (colírios para glaucoma), uso de aspirina e outros antiinflamatórios não-hormonais, aditivos de alimentos (sulfitos, tartrazina) e fatores endócrinos (ciclo menstrual, gravidez, doença tireoideana)

QUAIS OS OBJETIVOS DO TRATAMENTO DA ASMA?

O paciente deve ser informado da natureza crônica da doença, para ser capaz de identificar os fatores que pioram a sua asma, além de ser instruído a tomar corretamente os medicamentos prescritos. É muito importante saber sobre o manuseio dos dispositivos para inalação de antiinflamatórios e broncodilatadores, compreender o porquê da necessária aderência ao tratamento antiinflamatório, e como e quando utilizar a medicação sintomática de alívio. O paciente deve evitar os agentes que desencadeiam suas crises e saber monitorizar sua doença através dos sintomas, ou utilizar medidores de Pico de Fluxo Expiratório (PFE), para reconhecer o agravamento do quadro. O reconhecimento precoce possibilita a aplicação de um plano de autotratamento, previamente elaborado pelo médico.

COMO TRATAR A ASMA?

Na crise aguda (exacerbação), empregamos medicamentos que abrem rapidamente os brônquios. São os broncodilatadores. Podem ser veiculados através de bombinhas pressurizadas ou por nebulizações. Estes medicamentos só devem ser utilizados como drogas de resgate, ou seja, quando há crises agudas de falta de ar.
A asma é considerada uma doença inflamatória. Deve ser tratada portanto, com antiinflamatórios.
A doença é classificada em quatro estágios, de acordo com a gravidade: Leve Intermitente, Leve Persistente, Moderadamente Persistente e Severamente Persistente. Usamos os antiinflamatórios a partir da asma leve persistente, de forma contínua, mesmo quando o paciente encontra-se fora de crise (sem falta de ar), pois mesmo assim sabe-se que existe inflamação. 

Existem pelo menos três grupos de medicamentos antiinflamatórios utilizados na asma:
1 Corticóides: é o grupo de melhor resultado, utilizados sempre por via inalatória (tipo bombinhas), apresentam biodisponibilidade baixa, ou seja, sem efeitos sistêmicos importantes (não altera o crescimento das crianças, causa menos osteoporose, catarata etc) ao contrário do que acontece quando os corticóides são administrados por  via oral ou através de injeções;
2 Cromonas: nedocromil e cromoglicato, às vezes utilizados em crianças, também por inalação, empregados principalmente na asma leve;
3 Modificadores de leucotrienos: já liberado para crianças maiores de 6 meses, sempre por via oral, podendo ser ministrados em associação com os corticóides inalados, quando estes sozinhos não controlam a doença.

QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DO NÃO-TRATAMENTO DA ASMA?

1 Maior freqüência das exacerbações. As crises são mais prolongadas ou repetitivas, podendo levar o paciente à insuficiência respiratória, obrigando-o a recorrer a serviços de emergência e/ou hospitalizações, com risco de vida.
2 Interferência na qualidade de vida,  pessoal, familiar, profissional ou escolar.
3 Alterações anatômicas progressivas (remodelamento brônquico), decorrentes do processo inflamatório crônico, que determinam obstrução fixa, irreversível, com deterioração da função pulmonar, insuficiência respiratória e invalidez.

Fonte:  Asma Brônquica

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